Como
sabemos, todo o nosso dia se resume no cumprimento de dezenas e dezenas de
pequenas obrigações. Pois bem, como temos realizado essas obrigações: com que
capricho, com que esmero?
O que
Deus deseja da nossa parte sabendo que Ele nos vê o tempo todo? Que as façamos
da melhor forma possível e cada vez com mais esmero.
Este foi
o exemplo que Jesus nos deu naqueles anos que passou trabalhando na carpintaria
junto com São José. S. Pedro, numa ocasião, resumiu a vida de Cristo dizendo
que “fez tudo bem feito” (Mc 7, 37). De fato, não podemos imaginar que Jesus
fizesse cadeiras mal acabadas, mesas bambas, prateleiras mal lixadas, que
atendesse os clientes tratando-os de qualquer jeito, que deixasse suja a
carpintaria, que chegasse atrasado para trabalhar, etc, etc.
Nosso
Senhor numa ocasião nos alertou sobre o modo como deveríamos nos comportar aqui
na terra: “sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”. Ou seja, Deus
espera que façamos tudo com perfeição.
Muitas
pessoas pensam que a religião se pratica rezando e indo à igreja aos domingos.
De fato, esta é uma componente da fé porque esta é uma componente da nossa
vida: as palavras. Mas nossa vida é composta também pelo imenso campo das ações
ou deveres. Portanto, a fé também se pratica no cumprimento dos deveres e o que
Deus nos pedirá neles é que os façamos com a máxima perfeição de que somos
capazes. E é este empenho que dará testemunho da autenticidade da nossa reza.
Neste
sentido e lembrando que os nossos deveres envolvem vários âmbitos da nossa vida
(familiar, profissional, de amizade, espirituais, etc.), seria bom fazermos
algumas perguntas:
- tenho feito bem todos os deveres de cada dia: familiar,
profissional, espiritual, de amizade, etc.?
- tanto os chatos quanto os menos
chatos?
- tanto os difíceis quanto os menos difíceis?
- no campo da caridade:
tenho me esmerado cada dia mais?
- procuro realizar o meu trabalho com uma
perfeição cada dia maior? Acabando bem todas as tarefas, fazendo com ordem e
planejamento, aumentando cada dia a capacidade de trabalho?
- procuro ser um
pai, uma mãe, um irmão cada dia melhor?
- procuro cuidar da casa cada dia com
mais esmero?
- um estudante: procuro assistir cada dia melhor as aulas? Procuro
melhorar o rendimento do estudo cada dia mais?
- no campo espiritual: tenho
rezado cada dia melhor? Com mais atenção, com mais devoção?
Ser
cristão, imitar Cristo, é ter Cristo como modelo e esmerar-se diariamente para
que nossas obras se pareçam mais com as dEle. Isto é ser cristão e não passar
horas rezando e depois fazer tudo mal feito: ser um mau estudante, um pai relapso,
uma mãe desorganizada, um profissional de segunda categoria, etc, etc.
Ser
cristão é gostar da palavra perfeição, capricho, esmero. Todas estas palavras
nos falam de ações que são dignas de serem oferecidas a Deus. Assim devem ser
nossas obras: uma obra-prima, uma tarefa de primeira categoria.
Ser
cristão é ter o desejo de agradar a Deus que nos leva, sem paranoias e
perfeccionismos vaidosos, mas seguindo a lógica saudável do amor, a nunca nos
contentar com o nível de perfeição que já atingimos. Como dizia um santo, o
amor nos leva sempre a “exceder-nos”!
Que bom
seria se também recebêssemos o elogio de Cristo ao contemplarem as nossas
ações: este homem, esta mulher, faz tudo bem feito!
Pe. Paulo M.
Ramalho
Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola
Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa
Croce
ta muito massa o blog do maranatá
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