Seja honesto!
Que mal
faz uma mentira? “Foi por uma boa causa”; “Eu não tinha outra escolha”; “Foi
para proteger a pessoa”; “Teria sido muito pior se tivesse contado a verdade”.
Quantas
desculpas são apresentadas para sustentar as pequenas mentiras do dia a dia!
Diante de tantas desculpas, talvez até nos convençamos de que, afinal, mentir
não é algo tão grave assim. Não existem aqueles que “mentem que nem sentem”?
Esse é o resultado de nos acostumarmos de tal forma com as mentiras, com esse
pecado de estimação. Mas, se acreditamos que “...Jesus é o caminho, a VERDADE e
a vida”, o que nos impede de agir conforme aquilo que dizemos acreditar?
Você já
mentiu hoje? Seja honesto. Já passou alguma informação distorcida, exagerada ou
enganosa pela internet ou no meio em que convive? Já assinou o ponto fora de
hora? Quantas desculpas você já deu de atrasos, pequenas infrações? E quando a
mentira tem a finalidade de evitar que alguém se decepcione ou fique magoado
contigo?
Mas como
a mentira entra em nossas vidas? Como aprendemos a mentir?
Algumas
questões são úteis para você deixar definitivamente a mentira de lado. Na sua
família existe o hábito de justificar as coisas com pequenas mentiras? Quando
alguém telefona para sua mãe e ela não quer atender, como você respondia a quem
ligou? O que te orientavam falar? Pois é, são essas pequenas mentiras,
aprendidas muitas vezes até mesmo em família, na orientação dos pais para os
filhos, ou em seu modelo que formam a base do hábito de mentir. Um hábito que
os próprios pais estabelecem, mesmo não querendo.
Talvez
seja possível perceber, com um pouco de honestidade ao avaliar as situações em
que mentimos, que muitas vezes isso acontece por não sabermos como fazer o
certo. Mas será que essa é uma desculpa para não nos empenharmos em melhorar? E
se nos propusermos a melhorar, o caminho é um só: aprender a falar sempre a
verdade, por mais difícil que seja. Ouvi, certa vez, uma senhora dizer que “A
verdade, quando dita com ternura, nunca prejudica a ninguém”.
A mentira
serve para encobrir os fracassos. Fracasso que experimentamos quando erramos,
quando optamos pelo “mal”, quando justificamos nossas incoerências, quando não
conseguimos fazer o bem que gostaríamos (Cf. Rm 7, 19), quando não conseguimos
expressar de forma clara, objetiva e direta o que sentimos, o que pensamos, o
que esperamos, o que gostaríamos. Quantas vezes fugimos de situações
constrangedoras dizendo estar ocupados, cansados ou doentes? Quantas vezes foi
necessário recorrer às mentiras para esconder nossa dificuldade em dizer “não”?
Ser
sincero parece ser mais difícil, nos expõe mais. Se você conhece a alegria de
uma relação transparente com certeza iria optar por assumir suas fraquezas e
dificuldades. Mentiras “brancas” ou “pretas”, “leves” ou “pesadas”. Não
importa. Se você quer buscar a vida, é preciso buscar a verdade. Essa é a busca
que nos abre as portas para descobrirmos o que há de melhor em nós, e que
muitas vezes desconhecemos: os dons que nos foram agraciados para, com eles,
lidarmos com todas as dificuldades (ternura, paciência, brandura, etc.). Não
podemos mais ser coniventes com a mentira.
O
principal problema para o mentiroso é a recusa em reconhecer-se um mentiroso.
Assim, talvez seja o momento de rever as perguntas iniciais. Identificar as
mentiras na sua vida, identificar as mentiras que você vive. As mentiras que
você conta para si mesmo. Pensar nas causas, mas principalmente, assumir a sua
responsabilidade por uma conversão, por uma mudança.
Observe-se.
Identifique as mentiras. Analise o motivo, a dificuldade em se comprometer com
a verdade naquela situação. Proponha-se então a enfrentar essa dificuldade.
A alegria
consiste em viver reconciliado com sua realidade, sem fugas, sem esquivas, sem
desculpas, portanto, sem mentiras. Ser livre consiste em assumir as
consequências dos nossos atos.
Por pior
que seja a realidade, as verdadeiras ervas daninhas são aquelas que você
cultiva no seu coração, quando foge de viver o que sua realidade te oferece.
E só para
finalizar: aquela história de “no dia que ele mudar, eu mudo” muitas vezes é um
tipo de mentira também. Portanto, não olhe para o outro, mas para aquilo que
hoje, em você precisa encontrar a verdade.
Seja honesto!
Cláudia May
Philippi, Psicóloga Clínica
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por
Web Fórum Shalom
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