segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Orar sempre, sem jamais desanimar!!


O objetivo desta formação é ajudá-lo a meditar e orar com a Palavra de Deus através do método da Lectio Divina, que consiste em quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação. Sem uma leitura atenta, os demais passos serão prejudicados. Mas uma boa leitura nos ajudará muito a meditar o trecho lido, aplicando-o no dia-a-dia. A oração é um diálogo amoroso com o Senhor, que se revela de muitas formas. Ele nos comunica sua essência e nós respondemos, interagimos, pois Ele é um Deus vivo e não um ídolo inerte. Quanto mais profunda nossa oração, maior a sua ação em nós, levando-nos a mergulhar nele. Nisto consiste a contemplação. Convém lembrar que a profundidade da oração não se mede pelos “êxtases e arroubamentos”, mas pela caridade, pelos frutos de amor gerados na vida.

Tomemos a parábola do “Juiz iníquo e a viúva importuna”, em Lc 18,1-8. Leia-o várias vezes, se possível em alta voz, para exercitar dois sentidos: visão e audição.

A mensagem desta parábola é que devemos orar sempre, sem jamais desanimar. Como está sua oração? Você é insistente como a viúva ou já desfaleceu? Jesus já havia ensinado os discípulos a orar (cf. Lc 11,1-4), e a pedir com insistência (cf. Lc 11,5-13). Aqui Jesus conta esta parábola para mostrar a necessidade de orar sempre, sem jamais desistir. Não é significativa esta insistência? Ele sabe como rapidamente desistimos, esquecemos o pedido, desanimamos, esmorecemos. E até para saber quão fortemente fazemos aquela oração, Ele “tarda” a nos atender, como explica o versículo 7 de Lc 18.
Mas Ele sempre ouve nossa oração! Talvez não nos dê exatamente aquilo que lhe pedimos, mas pode transformar nosso pedido em algo melhor para nós. E aí está o valor da oração contínua. Deus é sempre fiel! Ele nos ensina a orar, a confiar insistentemente, a pedir pela justiça, sem jamais desanimar, pois pedir é muitas vezes a única coisa que podemos fazer. Ele nos escuta e, ao seu tempo, nos atenderá, e sempre nos dá ou faz por nós algo melhor do que pedimos.

Faça uma revisão, olhando em seu caderno de oração ou “puxando” pela memória, das orações insistentes que você fez e veja se alguma ficou sem resposta! Observe bem o que diz o versículo 7: “... os eleitos que clamam a ele dia e noite”... Se alguma vez sua oração ficou sem resposta, talvez a razão disso tenha sido sua pouca insistência. Pode ser também que você esteja sofrendo as “demoras de Deus”. Em ambos os casos, convém louvar e agradecer ao Senhor por Ele permitir que você suporte com paciência o tempo dele.

A última parte do versículo 8 parece enigmática ou pessimista. Sobre o que acontecerá até a volta do Filho do Homem, se Jesus encontrará fé sobre a terra... Será que Ele pensa nos homens que, cada vez mais orgulhosos de seus conhecimentos científicos e avanços em todas as áreas, afastam-se da fé? Será que Ele alerta aos cristãos sobre a impiedade dos últimos tempos, quando o crescimento da iniqüidade esfriará a caridade de muitos (cf. Mt 24,12)? Ou talvez lembre que a fé (e a oração) é um ato exclusivo nosso e podemos perdê-la no final, mesmo se um dia ela tiver sido muito importante para nós.

Nem preciso propor a sua oração, não é mesmo? Mas, como vimos, ela é fundamental e ninguém pode fazer isso por você. Louve e agradeça. Peça e suplique. Glorifique e bendiga. Clame e implore. Ore. Ore. Ore. Permaneça um bom tempo em oração para alcançar a graça de uma oração contínua, ininterrupta.

Anote em seu caderno os “rhemas” desta Lectio e partilhe no seu grupo ou comunidade. Escreva para nós, dando seu testemunho.
Shalom!


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por
José Ricardo F. Bezerra Consagrado na Comunidade de Aliança Shalom

sábado, 6 de outubro de 2012

PUREZA: Já ouviu falar ??


- Eu e você queremos ser amados. Jamais usados. Para isso, eu e você precisamos olhar o outro como ele é: uma p-e-s-s-o-a. Uma unidade inseparável de corpo e alma. Como conseguimos isso? Sendo puros!

 Mas, falar de pureza hoje é dificilíssimo e por uma razão bem simples: as palavras no nosso vocabulário não significam a realidade que lhe corresponde e por isso precisamos explicar primeiro do que estamos falando.

Vou dar um exemplo: o que vem na sua mente quando você escuta a palavra “modéstia”?... E o que vem na sua mente quando você escuta a palavra “atrativa”?... Por acaso você relacionou a palavra “modéstia” à idéia de breguice, feiúra ou vulgaridade e a palavra “atrativa” à idéia de “fineza, beleza e elegância?” Bingo! Você está dopada(o) pela anti-cultura que nos rodeia. Desculpe-me pela palavra dopada(o), mas quem não reconhece estar dopada(o) espiritualmente, também não reconhece necessitar de uma nova medicina espiritual, isto é, uma nova visão do corpo e da sexualidade!

Esta nova visão é simplesmente a visão original, a visão que foi planejada desde sempre pelo Criador e que tanto o homem como a mulher receberam ao serem criados, dando-lhes a capacidade de estarem nus e não sentir vergonha (Gn. 2, 25). O perigo é fazer uma pobre interpretação deste versículo. A Palavra de Deus é infinitamente rica e por isso peço que você leia com toda a atenção o parágrafo abaixo no qual o Papa João Paulo o explica (nas suas catequeses a explicação é bem mais profunda, aqui coloco a versão resumidíssima).

“Nudez significa a bondade original da visão divina. Significa toda a simplicidade e plenitude da visão através da qual se manifesta o valor puro do homem como varão e mulher, o valor puro do corpo e do sexo.” Porque puro? Porque a “revelação original do corpo (contida em Gn 2, 25) não conhece ruptura interior nem contraposição entre o que é espiritual e o que é sensível, assim como não conhece ruptura nem contraposição entre o que humanamente constitui a pessoa e o que no homem é determinado pelo sexo: o que é masculino e o que é feminino”. (Audiência de João Paulo II, 2 de janeiro de 1980)

A pureza então é olhar como Deus olha: Ele olhou tudo o que fez e viu que tudo “era muito bom” (Gn 1, 31). Por isso, pureza e bondade no plano original de Deus são sinônimos. A pureza do coração é condição para sair da visão reducionista do corpo e da sexualidade e reconhecer que o “corpo humano nu – em toda a verdade da sua masculinidade e feminilidade- tem o significado do dom de uma pessoa para outra pessoa”. Justamente porque sofremos tantas deformações no nosso “olhar” (que reflete nosso interior!) é que velamos aquilo que no nosso corpo pode ser olhado como objeto de apropriação e possessão! Não “cobrimos” nossos corpos porque seja feio ou vergonhoso, mas justamente para proteger-nos de sermos tratados como objetos! Daí que a “vergonha” relatada no Livro de Genesis, após a caída do homem e da mulher, tem o significado de proteção por algo que o primeiro casal, mesmo após o pecado, reconhecem ainda como valioso: o seu corpo tem um significado esponsal, nele está impresso a chamado a sermos um dom sincero ao outro!

Por isso Karol Wojtyla afirma categoricamente: “só a mulher e o homem castos são capazes de amar verdadeiramente” (Amor e Responsabilidade, pg. 152). A pessoa que não é - e não busca ser – casta, sempre cairá na tentação (que todos nós sentimos após o pecado original) de “usar” a pessoa, e uma das maneiras mais comuns de “usar” a pessoa é separar o seu corpo da totalidade do seu ser.

Ainda impera a infeliz e equivocada idéia que a castidade conduz ao “desprezo e à desvalorização da vida sexual”! Mais ainda: dizem que a castidade faz mal! Simples e profunda é a explicação dada por K. Wojtyla: a castidade é uma virtude elevada, ergo, implica esforço. Mas com a minha vontade fraca eu não a alcanço, então... pelo menos para livrar-me do esforço, eu a desprezo subjetivamente (ele continua tendo o alto valor, mas eu finjo que não tem)! Resultado: criou-se a falsa argumentação que ela é nociva para o ser humano. Com trágicas conseqüências, pois “lhe foi recusado o direito de cidadania na alma humana”! (Cf. Amor e Responsabilidade, pg. 125)

Como solucionar? Seguindo o conselho se alguém que viveu a mesma era que você e eu, e hoje já é santo: “O “milagre” da pureza tem como pontos de apoio a oração e a mortificação.” (St. Escrivá).

E agora, qual a desculpa que vamos arranjar para não sermos puros?

Ave Maria puríssima, ora pro nobis!


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por
Por Julie Marie, Site: Teologia do Corpo

... e a semente caiu em terra boa...

... e a semente caiu em terra boa...